Dissertação – Alunos com deficiência visual ensinando Matemática a alunos videntes: O plano cartesiano no jogo Batalha Naval
Autora: Tayná Maria Amorim Monteiro Xavier
Orientadora: Profª. Drª. Zélia Ma de Arruda Santiago
Ano de publicação: 2020
Unidade temática: Geometria
Conteúdos específicos: plano cartesiano
Ano/série escolar: Ensino Médio
Público: educandos com ou sem deficiência visual
Importante! Todo o conteúdo desta página foi retirado de Xavier, T. M. A. M. (2020). A Acessiteca apenas apresenta um recorte do trabalho, a fim de facilitar a visualização dos materiais.
Material: Jogo Batalha Naval acessível
São componentes integrantes do kit Batalha Naval acessível à deficiência visual (Figura 1), os itens:
- 4 tabuleiros feitos em MDF/papelão. Tamanho: 31,5 x 31,5 cm; Distância entre os furos: 2,5 cm; Eixos em barbante; Linhas nos quadrantes em cola de silicone. Numeração (em tamanho ampliado) dos eixos em números inteiros entre -5 e 5, em tinta e em braille (feito em acetato).
- 2 tabuleiros brancos para disposição das embarcações e 2 marrons para registrar os ataques feitos no adversário;
- 10 “embarcações” retangulares confeccionados em EVA, com papel Kraft em uma das faces para ficar mais firme. Sendo 5 embarcações para cada jogador/dupla:
- 1 Rebocador: 2 furos
- 2 Couraçados: 3 furos
- 1 Cruzador: 4 furos
- 1 Porta-aviões: 5 furos
- 68 pinos azuis – marcar embarcação atingida;
- 400 pinos marrons – marcar ataques que foram na água.
Regras
Buscamos sintetizar as regras do jogo para sua exposição não ficar tão cansativa nem atrapalhar a compreensão. Segue as regras utilizadas:
- Cada dupla utilizará um tabuleiro para marcar a posição de cada uma das embarcações disponíveis (tabuleiro branco, à direita) e o outro tabuleiro servirá para o jogador marcar seus tiros contra o adversário (marrom, à esquerda);
- Quando todos tiverem feito às marcações, estipula-se quem começa “atirando”, o atirador da vez deve dizer o par ordenado (x, y), necessariamente nessa ordem, onde dará seu tiro;
- Caso o oponente acerte uma embarcação o jogador deverá dizer “embarcação”, caso erre o jogador fala “água”, quando o jogador acertar todas as partes de uma embarcação essa afunda;
- A cada tiro certeiro, tem direito a dar mais um. Se o tiro for na água, passa a vez;
- Vence a dupla que conseguir afundar todas as embarcações do adversário;
- Mínimo de jogadores: 3 (2 jogadores e um juiz);
- Máximo de jogadores: 6 (duas duplas adversárias e 2 juízes);
- Não é permitido sobrepor as embarcações, nem colocá-las na diagonal, elas devem ser colocados de forma horizontal ou vertical;
- A função do(s) juiz(es) é observar se os jogadores estão marcando corretamente as coordenadas em ambos os tabuleiros.
Possibilidades de aplicação
Sondando dificuldade dos alunos
A atividade de sondagem teve como intuito avaliarmos noções básicas entre os participantes, alunos com deficiência visual referentes ao conteúdo de Plano Cartesiano. As questões são apresentadas a seguir (todas utilizam o material desenvolvido em suas resoluções):
1) Localize os seguintes pares ordenados no plano cartesiano.
a) (-5, 4)
b) (4, 3)
c) (4, -3)
d) (0, -3)
e) (-4, -5)
f) (2, 0)
2) Em quais quadrantes estão localizados os pontos:
a) (-2, -4)
b) (3, 1)
c) (0, 5)
d) (2, -5)
e) (5, -3)
3) Qual par ordenado não está representado no plano cartesiano?
a) (3, -4)
b) (4, -3)
c) (-2, -1)
d) (2, 1)
e) (1, -2) (resposta esperada)
Aplicação do jogo sem condição pré-definida
Inicialmente, apresentamos o material, explicamos seus componentes, as funções e as regras do jogo. Neste primeiro momento não formalizamos nada a respeito do conteúdo, a única orientação dada foi referente à segunda regra do jogo “Quando todos tiverem feito às marcações, estipula-se quem começa ‘atirando’, o atirador da vez deve dizer o par ordenado (x, y), necessariamente nessa ordem, onde dará seu tiro;”.
Aplicação do jogo com condição dos quadrantes
Diferente do primeiro contato com o jogo em que os deixamos livres para montar sua própria estratégia de distribuição das embarcações, no segundo encontro pedimos que as embarcações fossem distribuídas nos quadrantes, obedecendo a seguinte ordem: navio com 5 furos no 1° quadrante; 2 furos no 2°, 3 furos no 3°, 4 furos no 4°, e a outra que também tinha 3 furos estivesse com pelo menos um furo em cima do eixo.