Mirtha L. F. Venero


Graduação em Ciência da Computação, mestrado em Computação Aplicada, doutorado em Software e pós-doutorado em Computação. Atualmente Profa. Adjunta UFABC e coordenadora de estágios do Bacharelado em Ciência da Computação. Atua nas áreas de desenvolvimento de sistemas, teoria da computação, métodos formais, simulação e verificação, linguagens de programação e compiladores, tecnologias e jogos para a educação, gênero e tecnologia. “Sou cubana e tive uma educação muito boa. Adorava ler, assistir tv e brincar de tudo. Meus pais sempre foram muito exigentes com meus estudos e fiz o fundamental II e ensino médio numa escola interna de ciências exatas. No início queria estudar todas as ciências! Adoro a matemática, queria ser física (na verdade astronauta), tenho paixão pela química e a genética. Porém, sou muito distraída, sempre errava alguma conta e sou péssima para decorar. Até tentei ir pelo caminho da eletrônica mas queimava os circuitos. Sempre tive professoras excelentes. Mas foi minha professora Teresa que me conduziu pelo maravilhoso caminho da Computação e me mostrou que ela faz parte de tudo. Por isso, decidi ingressar na Licenciatura em Ciência da Computação. A minha turma foi a primeira do curso, no recém formado Departamento de Computação, e inicialmente tinha 13 meninas e 17 meninos. O melhor professor que eu tive em toda a minha vida, Alexis González, foi meu professor de Lógica Matemática durante o primeiro semestre. Anos depois, já sendo colegas de trabalho, ele me confessou que fizeram uma aposta de quem da turma desistiria mais rápido e ele apostou que seria eu. Mesmo tendo uma boa base matemática, esse primeiro ano foi muito difícil. Em casa estudava no chão porque na mesa não cabiam tantos livros e cadernos. Os meus familiares me diziam que ia ficar louca de tanto estudar. Mas me formei cum laude, um ano antes do tempo sendo a melhor da minha turma

🙂

 Ao começar como professora na UFABC percebi o pequeno número de meninas nas salas de aulas. Até então não tinha refletido sobre a grande desigualdade de gênero na Computação e na Tecnologia. Ao aprofundar no tema, percebi que o sistema patriarcal fez com que, até hoje, seja difícil para muitas meninas, em especial pobres ou negras, conciliar casa, estudo, trabalho e seus desejos e aspirações pessoais como mulheres. Porém, minha mensagem para todas elas é: sejam corajosas e não desistam de fazer o que vocês quiserem, criem sua própria fila de prioridades e peçam, aceitem e ofereçam ajuda. Vocês são mais fortes do que imaginam e juntas seremos muito mais!”

* A Mirtha é a fundadora e dá nome ao nosso coletivo, infelizmente ela nos deixou em 2019. Mas seu legado permanece e você pode conhecer a história dessa mulher incrível aqui

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