Aline Mendonça Cordeiro


Olá, meu nome é Aline, atualmente estou fazendo mestrado em Ciência da Computação na Universidade Federal do ABC. Sou formada em Ciência da Computação e Matemática. Quando terminei minha graduação, trabalhei como Analista de Projetos implantando redes de grande porte. Trabalhava em uma empresa majoritariamente masculina, e não demorei para perceber como a área de tecnologia era habitada por homens, brancos e de classe média, um universo bem diferente do meu e de minhas origens. Venho de uma família de operários, onde assisti com muito esforço minha mãe se tornar pedagoga já adulta, com 3 filhas adolescentes, e me recordo com orgulho de ter ido à cerimônia de formatura dela. 

Após trabalhar algum tempo como analista, senti necessidade de migrar de área, pois o excesso de viagens me impediam de realizar outro sonho que era o de ter uma família. Tentei alguns concursos na área da educação, e num desses fui aprovada para ser professora de cursos profissionalizantes no Centro Paula Souza. Sendo professora em duas escolas na periferia de São Paulo, pude acompanhar de perto como a educação e as oportunidades podem transformar a vida de uma pessoa e acredito que pude também nesse período inspirar algumas meninas a seguir por esse caminho. 

Trabalhando com alunos e com um colega pesquisador do ensino médio, escrevemos um artigo sobre como buscar ferramentas e métodos que pudessem ajudá-los a aprender a programar de forma mais fácil. Esse trabalho gerou em mim uma curiosidade de como a pesquisa em tecnologia poderia ajudar as pessoas a viver melhor, e daí surgiu em mim a vontade de fazer uma pós-graduação. 

Ingressei como aluna especial na UFABC e na primeira aula, um depoimento da professora Carla Rodriguez, de uma viagem que fez numa cidade do Nordeste durante um Congresso, em que viu como havia um enorme abismo entre o mundo elitizado da pesquisa e a vida das pessoas reais, onde ainda as necessidades básicas não são atendidas, constatando como ainda estávamos longe de alcançar a todos com nossas pesquisas me inspirou ainda mais a continuar procurando formas de melhorar a vida das pessoas por meio da tecnologia. E assim, conversando com a professora Carla Rodriguez, que aceitou me orientar nesse desafio, continuo buscando formas de tentar tornar a tecnologia mais inclusiva e acessível a tod@s. 

Nesse período me casei, me tornei mãe de uma menina, e sigo tentando equilibrar todas essas faces, a de professora, de entusiasta da educação, de estudante, de mãe, de filha, e acredito que está dando certo! Não sei se vou conseguir concluir meu mestrado, mas só a trajetória que fiz até aqui, o quanto aprendi e ensinei, tem feito tudo valer a pena.

— Publicado em 25/08/2021

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